O RICO E LÁZARO
A PARÁBOLA DO RICO E LÁZARO | Lucas 16:19-31
“Havia certo homem rico... Havia também certo mendigo... que jazia à porta daquele; e DESEJAVA ALIMENTAR-SE com as migalhas que caíam da mesa do rico...” (Lc. 16:19-21)
Jesus não descreve um personagem “mau” por ser rico, nem “bom” apenas por ser pobre. Ele apresenta um contraste: um homem vivendo todos os dias, no luxo extremo e em banquetes; e um mendigo chamado Lázaro (nome que significa “Deus é o meu auxílio”), coberto de chagas, ansiando por migalhas que caíam da mesa do rico.
O que o Senhor expõe não é apenas uma diferença de condições, mas uma indiferença. A cena é um retrato vívido de injustiça estrutural: o rico tinha mais do que o suficiente, mas não compartilhava; Lázaro vivia na extrema miséria, sem acesso à dignidade mínima.
Ao olharmos para a parábola do rico e Lázaro, vemos nela:
📍 A desigualdade social;
📍 O chamado bíblico à mordomia cristã;
📍 A necessidade de reflexão enquanto vivos nesta terra passageira;
📍 A possibilidade de escolher, aqui, para qual lugar queremos ir depois da morte.
“Deus não é Deus de mortos, mas de vivos, porque para Ele vivem todos” | Lc. 20:38.
Essa citação enfatiza a continuidade da vida após a morte, pelo menos para Deus.
A desigualdade aqui não é só econômica, mas também relacional.
Lázaro precisava de pão e de empatia, e o que o rico não percebeu é que a verdadeira pobreza não estava do lado de fora do portão da sua casa.
A falsa sensação de superioridade ou de segurança, por causa da posição ou condição social, pode nos tornar insensíveis à voz do Espírito e à interpretação correta da lei e dos profetas, e acharmos que está tudo bem.
Em Apocalipse 3:17 lemos: “Dizes: Sou rico, de nada preciso; mas não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu.”
MORDOMIA
Deus nos confiou a vida, bens, talentos, dons, posições privilegiadas e oportunidades que não são nossos, mas dEle. Somos mordomos, não donos — e um dia prestaremos contas.
No ensino bíblico, ser mordomo é administrar os recursos de Deus para os propósitos de Deus.
Riqueza, poder e autoridade são responsabilidades, não apenas privilégios especiais.
“A quem muito é dado, muito será exigido.”
O PERIGO DA INSENSIBILIDADE
O rico não é descrito como alguém cruel no sentido ativo (não espancava Lázaro nem o expulsava), mas como alguém anestesiado diante do sofrimento alheio.
A indiferença é um sintoma de endurecimento do coração. Quando perdemos a capacidade de nos compadecer, isso revela que estamos feridos ou com doença emocional e espiritual.
Lázaro representa aqueles que clamam em silêncio por igualdade de tratamento, pois perante a lei humana e a lei divina, todas as pessoas possuem a mesma dignidade e direitos.
O rico representa aqueles que acham estar fazendo grande coisa quando oferecem apenas migalhas de respeito e dignidade.
O ABISMO QUE CRIAMOS
O “grande abismo” que separa o rico de Lázaro no pós-vida, foi construido em vida — entre nós e Deus, e entre nós e os outros.
O egocentrismo, a altivez e a arrogância vão cavando distância entre o topo da pirâmide e a base da estrutura social.
Contudo, em Cristo, esse abismo pode ser desfeito enquanto estamos vivos.
DEUS NOS CHAMA A ATENÇÃO PARA O AUTOEXAME À LUZ DE SUA PALAVRA
Nesta parábola o senhor está falando àqueles que conhecem a lei e as profecias. “Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos” (Lc.16:29), é uma referência à isso.
Quem está “à porta” e em posição inferior pode ser um teste de Deus àqueles que estão numa posição privilegiada.
“Tudo o que vocês fizeram a um destes meus pequeninos irmãos, a Mim o fizeram” | Mateus 25:40.
CONSTRUA PONTES AO INVÉS DE ABISMOS
Ao invés vez de criarmos dificuldades ou distanciamentos hierárquicos rígidos e antibiblico, como castas superiores e inferiores, devemos buscar construir caminhos de conexões e entendimento com as pessoas e situações ao nosso redor.
A ação de construir pontes facilita a aproximação entre os diferentes, enquanto cavar barreiras dificulta | Lucas 18:10-14.
A "pirâmide social", inventada pelos homens, representa a divisão da sociedade em diferentes níveis de status e poder, com os mais privilegiados no topo e os menos favorecidos na base.
Nesse caso, a estrutura é sustentada pela base, o que é inverso quando se trata de Deus.
A ascensão social, ou seja, a possibilidade de subir nessa pirâmide, envolve uma combinação de fatores: boas conexões sociais e, em alguns casos, sorte.
Que possamos valorizar aqueles que consideramos menos dignos ou inferiores em nossa "pirâmide social-espiritual" | 1 Coríntios 12:23.
A eternidade é apenas a continuação de nossa vivência e o inverso de como tratamos os "Lázaro's" à nossa porta | Lucas 16:25; Mateus 25:34-36.
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