JEFTÉ: PARTE I — UM LÍDER FERIDO

JEFTÉ: UM LÍDER FERIDO

Juízes, capítulos 11 ao 12:7

PARTE I – O FENÔMENO SOCIOLÓGICO DOS EFEITOS DA COBERTURA FAMILIAR E DO AMBIENTE TERRITORIAL

“Era então Jefté, o gileadita, homem valente, porém filho de uma prostituta...” (Juízes 11:1)

Jefté representa a figura do homem rejeitado desde o ventre da história. Seu nascimento foi marcado por vergonha, e sua existência, por rejeição. Embora fosse um guerreiro valente, sua origem foi o estigma que o acompanhou.

Filho de uma prostituta, fruto de uma relação extraconjugal, foi desprezado pelos próprios irmãos, que o expulsaram para não dividir a herança (Juízes 11:2). Seu pai, Gileade, desmoralizado pela culpa do adultério praticado, perdeu a voz e a autoridade moral dentro da família.

Quando vivo, não o protegeu. Foi omisso em não assegurar um lugar firme na herança familiar.

Na estrutura bíblica e espiritual, o pai é aquele que gera identidade, transmite destino, libera herança e confere direção. Quando essa figura falha ou se omite, forma-se um vazio que pode gerar filhos feridos, órfãos de destino, mesmo tendo um pai biológico vivo.

O território onde crescemos, assim como o ambiente familiar que nos cerca, têm peso na formação da personalidade. 

Jefté cresceu em Gileade, um lugar que simboliza a ambiguidade: um lugar de cura, mas que, ao contrário, feriu e o expulsou. 

“Acaso, não há bálsamo em Gileade? Ou não há lá médico? Por que, pois, não se realizou a cura da filha do meu povo?” (Jeremias 8:22).

Com a alma dilacerada, sua identidade fragmentada e os vínculos familiares quebrados, Jefté foi empurrado para longe. Mas, mesmo assim, Deus não o perdeu de vista.




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